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'Deficiência não é incapacidade' destaca autista empossado como juiz federal 15/09/2022

Ricardo Fulgoni foi diagnosticado aos 35 anos durante a pandemia, enquanto se preparava para fazer o concurso público 

Conhecido pelo trabalho humanizado que realizou no período em que atuava como oficial de Justiça, Ricardo Fulgoni  recentemente empossado como juiz federal de Bela Vita do Paraíso no Paraná, e só descobriu ser autista aos 35 anos. 

"Eu sempre vi o mundo muito estranho, muito diferente, coisa que era corriqueira para outras pessoas para mim não fazia muito sentido", disse o juiz. Fulgoni decidiu estudar Direito, depois uma tragédia familiar:  sua irmã, Priscila, foi vítima de feminicídio quando ele tinha apenas 19 anos. Diante da fatalidade, o juiz resolveu mudar o rumo de sua história e desenvolver novas melhorias no judiciário.

Ricardo veio de uma família humilde de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e sempre estudou em escolas públicas. O atual juiz sempre notou que 'era diferente' de outras pessoas. "Não usava qualquer roupa, tinha que ser específica, tinha dificuldade com o barulho e luz forte", explica ele. Durante a pandemia, Ricardo decidiu estudar para um concurso público de juiz, mas com o isolamento social e as dificuldades impostas pelo coronavírus, além das mudanças no calendário da prova, ele não ficou bem e decidiu procurar a ajuda de um médio. Aos 35 anos foi diagnosticado com autismo.

"Não tenho nenhuma vergonha de falar isso, eu sempre me vi com limitações que outras pessoas não tinham, e hoje faz sentido para mim, sou uma pessoa com deficiência, eu sou autista. No entanto, precisamos quebrar o paradigma de que a pessoa com deficiência é uma pessoa incapaz".

"Deficiência não é incapacidade, a gente pode estar no mercado de trabalho, estudar, trabalhar, ter uma vida independente", conclui o novo juiz, Ricardo Fulgoni.

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