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Especialistas explicam a importância da psicomotricidade na educação infantil 27/09/2022

As formas como o corpo se movimenta são capazes de sintonizar o indivíduo com seu mundo externo e interno. A partir disso, a psicomotricidade é uma ciência de ações educativas realizadas a partir de movimentos espontâneos e  atitudes corporais. Pelo fato de tratar o corpo como a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas do ser humano, a psicomotricidade vem sendo usada cada vez mais como um elemento técnico para ajudar na educação infantil, bem como, auxiliar  crianças e adultos com variados transtornos de neurodesenvolvimento. 

Os movimentos integrados da psicomotricidade são indicados para todas as pessoas, mas principalmente crianças e adolescentes. Segundo Vivianny Lopes, especialista em reabilitação neurofuncional,  a psicomotricidade nas crianças facilita o processo de reconhecimento do próprio corpo infantil. “Através da aquisição do seu esquema corporal, a criança consegue  controlar melhor o corpo, dominando e adaptando os seus movimentos”, diz a especialista.   

Os movimentos integrados da psicomotricidade são indicados para todas as pessoas, mas principalmente crianças e adolescentes. Segundo Vivianny Lopes, especialista em reabilitação neurofuncional,  a psicomotricidade nas crianças facilita o processo de reconhecimento do próprio corpo infantil. “Através da aquisição do seu esquema corporal, a criança consegue  controlar melhor o corpo, dominando e adaptando os seus movimentos”, diz a especialista. 

A psicomotricidade trabalha as seguintes áreas: lateralidade, postura, equilíbrio, coordenação, e organização espaço-temporal. Vivianny explica que as atividades desenvolvidas com crianças visam induzir a capacidade de percepção através do conhecimento dos movimentos; impulsionar as emoções e as ações criativas; estabelecer a consciência e o respeito ao espaço de outras pessoas; estimular a coordenação motora de acordo com o objetivo da criança; desenvolver a capacidade sensorial em relação ao ambiente externo; reforçar a autoestima e induzir a confiança da criança em si mesma. 

“A causa de muitas dificuldades escolares das crianças aparece justamente por um não desenvolvimento da psicomotricidade”, afirma Vivianny. Segundo ela, muitas vezes os pais e professores tentam identificar dificuldades quando a criança entra na escola, e os problemas podem estar relacionados a baixos estímulos da psicomotricidade da criança durante seu desenvolvimento. “A psicomotricidade é capaz de  trabalhar todos os pré-requisitos para o processo de alfabetização, e todo o processo de aprendizagem escolar desde o emocional, cognitivo e motor”, diz a especialista. As atividades levam  a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, desenvolver a coordenação de seus gestos e movimentos. “Sejam elas crianças típicas ou atípicas”, completa.

As atividades psicomotoras para crianças são essencialmente lúdicas, através de brincadeiras como correr, brincar com bolas, bonecas e jogos, atividades de rolar, engatinhar, andar com um pé só, andar para os dois lados, pular, fazer cambalhota, brincar com os dedos, atividades sensoriais com massa de modelar, areia, argila, água etc. Recorte e colagem, atividade com peso e sem peso, utilizando bolas, caneleiras, raquetes, tacos, bicicletas, música , dança, etc.

A psicomotricidade é tão especialmente adequada para  o desenvolvimento infantil, pelo fato de ser nos primeiros sete anos de vida o período em que se dá o maior nível de desenvolvimento neurológico, neuropsicológico, emocional, motor e linguístico. “É aí que ocorrem as primeiras impressões que temos do mundo, quando aprendemos a andar, falar, nos alimentar, ir ao banheiro, nos comunicar, a lidar com nossas frustrações e nossos limites, a traçar e alcançar objetivos”, diz. O princípio é o mesmo para crianças com necessidades especiais. “Geralmente são crianças que apresentam atraso no desenvolvimento motor, cognitivo, e consequentemente emocional”, diz. Os estímulos psicomotores  são capazes de preparar o terreno para o processo de aprendizagem da leitura e escrita. 

“A criança precisa ter noção espacial para se locomover, para a organização da escrita no caderno e da letra. Precisa da noção temporal para se situar  no tempo e espaço, a lateralidade pois é necessário perceber que a escrita e leitura ocorre da esquerda para a direita e de cima para baixo”, ensina. É a  noção de consciência corporal aplicada ao aprendizado. 


Motricidade adulta

Já na fase adulta, Vivianny explica que a psicomotricidade é importante para jovens que possuem algum atraso neuropsicomotor, ou pessoas com alguma lesão no cérebro, tendo perdido algumas habilidades,  e precisando receber estímulos cognitivos e motores. E também em jovens atípicos quem apresentam algum déficit nessa área. Na terceira idade ela ressalta que é comum recorrer à psicomotricidade. “O que desenvolvemos durante a infância, na terceira idade começamos a perder, como equilíbrio, coordenação, e a memória, que passa a ficar mais fraca”, diz ele. 


Espectro autista 

A psicomotricidade é uma forma de abordagem especialmente adequada para crianças com autismo. A pedagoga Priscila Fernandes está vivendo esse momento ao lado do filho, Pedro, de quatro anos de idade. Ela conta que os sinais do autismo começaram há dois anos, no auge da pandemia, quando o menino começou a apresentar perdas de algumas habilidades. “A gente achou no começo que era por causa do isolamento social, mas fizemos os exames de praxe e o diagnóstico veio. Tivemos quer procurar as abordagens necessárias”, afirma. 

Priscila optou por intervenções precoces e intensivas, para que Pedro possa alcançar o mesmo desenvolvimento das crianças típicas de sua idade. Ela conta que o menino ainda não troca de roupa sozinho e não verbaliza, por exemplo. Entre as intervenções já aplicadas a ele estão fonoterapia, terapia ABA (análise de comportamento), terapia ocupacional, psicopedagogia, e mais recentemente, a psicomotricidade. 

Segundo a pedagoga, as atividades psicomotoras oferecem a Pedro oportunidades de trabalhar sua concentração. “Ele passa a ter a percepção de começar e terminar uma atividade, a planejar e executar. Mas claro, as atividades devem seguir as particularidades e necessidades de cada criança, pois cada uma tem as suas, um jeito diferente de reagir a elas”, diz. Priscila diz que o filho já vem apresentando sinais de avanço, como a verbalização de algumas palavras. “Toda criança pode aprender, só precisa saber o jeito de ensinar”, conclui. 


Com informações da Tribuna do Norte

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