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Neurodiversidade: o que é e como redes sociais têm ajudado em diagnósticos 09/01/2023

Muita gente não conhece ou não conhecia até pouco tempo atrás a palavra neurodiversidade. Mas o termo, usado para descrever as enormes e diversas diferenças existentes no cérebro humano, tem se popularizado cada vez mais. Parte disso se deve a redes sociais como TikTok, Twitter e Clubhouse, que têm proporcionado espaço para que pessoas possam falar sobre suas diferenças neurológicas.

E não só isso: para muitos, as redes sociais têm sido para muitos a prova que faltava para se darem conta de que são neurodivergentes. Isso ocorreu principalmente durante a pandemia, quando pessoas com os chamados "cérebros diversos" puderam encontrar comunidades e pessoas na internet com as quais poderiam se relacionar. 

O conceito de neurodiversidade aponta que a mente pode funcionar de diversas maneiras, e que essas diferenças são apenas variações naturais do cérebro humano. Ou seja, condições como ouvir vozes ou autismo são diferenças em um espectro, e não problemas específicos a serem resolvidos. Lawrence Fung, diretor do projeto de neurodiversidade da Universidade Stanford (EUA), define esse conceito da seguinte maneira: "É só uma forma de descrever que nossos cérebros são diferentes e, como qualquer ser humano, não será bom em tudo."

Pessoas consideradas neurodivergentes podem ter variações cognitivas como transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), autismo (espectro de transtornos que geralmente se manifestam em dificuldades no convívio social, comportamento repetitivo e, em alguns casos, ansiedade e TDAH), dislexia (transtorno de aprendizagem que dificulta leitura e escrita) ou dispraxia (transtorno neurológico de coordenação motora que envolve dificuldade em pensar e movimento planejado, segundo associação de especialistas no tema).


Movimento da neurodiversidade

De acordo com o programa Neurodiversidade no Trabalho, da Universidade Stanford, entre 15% e 20% da população mundial é considerada neurodiversa. O restante seria classificado como neurotípico. Durante a década de 1990, houve um movimento que conscientizou sobre a neurodiversidade e abraçou a inclusão de todas as pessoas com possível neurodivergência.

O termo neurodiversidade foi cunhado pela socióloga australiana Judy Singer em sua tese de 1998 para promover a igualdade e a inclusão de "minorias neurológicas". Hoje, a neurodiversidade é vista como um movimento de justiça social e se popularizou ainda mais. Pesquisa e educação são cada vez mais importantes na forma com que certas deficiências e condições neurológicas são vistas.


Perspectiva positiva

Algo que o movimento da neurodiversidade promove é o autocuidado. À medida que a conscientização sobre a saúde mental aumentou nos últimos anos, houve também mais debate e conhecimento sobre os cuidados de saúde atingindo também as pessoas neurodivergentes. Isso pode ser um fator que explica por que as mídias sociais foram prolíficas como ferramenta de comunicação. 

Fung concorda que houve um grande desenvolvimento na maneira como nos sentimos sobre essas condições. "Isso é definitivamente diferente de 20 anos atrás, quando você não usava as mídias sociais. Hoje, o estigma de doenças mentais e doenças neurodivergentes diminuiu." Todos com quem a BBC falou disseram como a conscientização e a compreensão de suas realidades ajudaram a melhorar sua qualidade de vida.

Algumas figuras proeminentes também falaram sobre seus próprios diagnósticos.

O empresário Elon Musk, da Tesla e da SpaceX, disse no programa de comédia americano Saturday Night Live que está no espectro do autismo. A ginasta olímpica americana Simone Biles, vencedora de quatro medalhas de ouro olímpicas, falou abertamente sobre ter TDAH. Outro exemplo é a modelo, atriz e cantora Cara Delevingne, que tem falado extensivamente sobre dispraxia e TDAH.

Esses relatos de famosos podem fazer mais pessoas pensarem sobre suas experiências e, por sua vez, a se perguntarem: "Eu sou neurodivergente?"


Com informações da BBC Brasil

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