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4 dicas para as famílias com TEA 24/04/2023


Já percebemos que as causas do autismo são multifatoriais, ou seja, o autismo não pode ser explicado por uma única razão desencadeante. Curiosamente, ao mesmo tempo em que não únicas as causas do autismo em si, são únicas as causas do autismo em cada autista.

Pode parecer confuso, mas vamos explicar: cada autista é único dentro do espectro, não é? Do mesmo modo, as causas que levam um indivíduo a desenvolver o TEA tendem a ser diferentes em cada indivíduo, pois são resultado de combinação ainda não muito clara entre fatores genéticos e fatores ambientais.

Justamente por isso, a maioria das famílias que convivem com o TEA não sabem exatamente qual é a causa do autismo dentro do seu contexto familiar. Não saber o motivo, pode causar uma série de questionamentos, dúvidas e questões emocionais delicadas de lidar. Psicologicamente pode ser muito desafiante conviver com um transtorno tão complexo e ainda tão cercado de mitos.

Pensando nisso reunimos algumas reflexões que podem servir como ferramenta de apoio e acolhimento para as famílias que convivem com o diagnóstico do TEA. Confira:


1. Permita-se sofrer

É natural que o diagnóstico de autismo seja um momento doloroso. Nesta hora, você não está perdendo seu filho, mas está perdendo parte de seus sonhos e planos para seu filho. Isso é extremamente difícil e não deve ser sufocado. Com o tempo você vai poder criar novos sonhos e outros objetivos vão surgir, tão importantes e desafiadores quanto os primeiros. 

A experiência de gerar uma vida, traz junto uma gama de possibilidades. Expectativas surgem naturalmente, pois tudo que é novo mexe com o imaginário das pessoas. Ao falar de desenvolvimento infantil, espera-se alguns traços marcantes que deveriam acontecer na primeira infância. O primeiro ano de vida é marcado por diversos sinais não verbais que precisam ser observados.

Agora trazendo o olhar para os pais, percebemos que poucas vezes é dividido o quanto gerar uma vida é muito mais um mergulho no desconhecido do que conseguir se ater a tantos sinais e etapas a cumprir. Ter que exercitar o desapego do que deveria acontecer para lidar com: “E quando acontece diferente?”, é um processo intenso e difícil.

É nesse lugar que mães, pais e familiares de crianças atípicas acabam aprendendo a transitar. Quando se trata do autismo, exige uma disposição para mergulhar num universo de muitos tons de azul.


2. Valorize os seus sentimentos

É normal que venha o pensamento de que “preciso ser forte para apoiar meu filho, meu cônjuge ou mesmo outros filhos”, mas para isto é necessário primeiramente ser honesto acerca dos próprios sentimentos. Procure uma rede de apoio, que pode ser um terapeuta, um religioso, um amigo ou alguém da família. Lembre-se você não fez nada para que isto acontecesse, mas pode fazer muito para melhorar as perspectivas de vida de seu filho.

Portanto, respeite seu tempo, sua dor, mas depois, permita-se descobrir as belezas deste novo universo, com seus desafios e suas conquistas. 


3. Faça perguntas, divida seus medos, ouça outras experiências

Não tenha receio de fazer ao seu médico todas as perguntas que lhe vierem à cabeça. Leia os critérios diagnósticos disponíveis e discuta-os com o médico. Informe-se através de leituras dos sites disponíveis na internet. Conversar com outras famílias que tenham passado por situação semelhante também pode ajudar. Conheça profissionais e instituições que se dediquem ao autismo e suas formas de tratamento, pois isso será muito importante nessa nova jornada. 


4. Fale sobre autismo com quem não entende do assunto

A caminhada dentro do espectro pode ser ainda mais desafiante quando as pessoas com quem convivemos não entendem o autismo e as limitações que ele pode trazer. Por isso, não tenha receio de compartilhar com as pessoas como elas devem se comportar para apoiar os autistas e seus familiares.

Recalcular a rota quando se trata de dirigir uma vida nova, não é fácil. A chegada de um diagnóstico em meio a tantas outras variáveis deveria ser permeada de muito acolhimento, escuta e empatia. Fazer a travessia desse mar azul pode ser com apoio e disposição para compartilhar a experiência vivenciada pelas famílias que convivem com o TEA.

No fundo, quem precisa de inclusão é toda uma sociedade que muitas vezes se depara com a dificuldade para se dirigir a uma criança autista, e que nem imagina como é o dia a dia das famílias que convivem com o autismo diariamente. A inclusão só é possível com informação e iniciativas que abram espaço para a diversidade do espectro acontecer em muitos níveis e da forma mais amorosa possível.

Falar sobre o dia-a-dia atípico e dividir um pouco da sua história pode ser um exercício de desabafo e ao mesmo tempo uma ótima maneira de contribuir para a conscientização do autismo. Experimente compartilhar suas experiências e conte com a CVL Educ para entender e te preparar para essa missão. 

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