Porque o autismo é considerado um Espectro?

Postado em 05/04/2024

O autismo é caracterizado como um espectro devido à sua manifestação em uma ampla variedade de características e níveis de suportes. A terminologia "espectro" é empregada justamente para refletir essa diversidade, evidenciando que o autismo pode impactar indivíduos de maneiras bastante distintas. Enquanto alguns podem enfrentar desafios significativos na comunicação e interação social, outros podem exibir habilidades excepcionais em áreas específicas. Além disso, os sintomas podem variar em intensidade ao longo do tempo e conforme o desenvolvimento do indivíduo.

A classificação do autismo como um espectro foi oficializada em 2013, quando a American Psychiatric Association introduziu essa abordagem com a publicação do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição). Nesta versão, o DSM-5 consolidou todas as subcategorias do autismo sob um único diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Dessa forma, os indivíduos passaram a ser diagnosticados dentro de um único espectro, abarcando diferentes níveis de suportes. A Síndrome de Asperger, por exemplo, deixou de ser considerada uma condição distinta, e o diagnóstico para autismo passou a ser baseado em dois critérios principais: deficiências nas habilidades sociais e de comunicação, e a presença de comportamentos repetitivos.

Ademais, a versão atual da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) adotou a mesma nomenclatura proposta pelo DSM-5 - TR, reconhecendo o Transtorno do Espectro do Autismo como uma categoria que engloba todos os diagnósticos previamente classificados como Transtorno Global do Desenvolvimento.

Essa mudança reflete uma compreensão mais ampla e atualizada do autismo, reconhecendo sua diversidade e complexidade. Tal abordagem permite uma compreensão mais profunda das necessidades individuais de cada pessoa com autismo, promovendo intervenções mais personalizadas e eficazes.