Quantas horas de Intervenção ABA meu filho com TEA precisa?

Postado em 03/11/2023

Uma das perguntas mais frequentes que afligem os pais, mães e cuidadores de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é: quantas horas de intervenção ABA meu filho precisa? Esta é uma questão crucial e, sem dúvida, exige uma abordagem cuidadosa. A resposta não é simples, mas depende de uma série de fatores que incluem a avaliação comportamental realizada por um Analista do Comportamento, bem como a colaboração com médicos e equipes multidisciplinares.

É fundamental compreender que a intensidade da intervenção é um elemento-chave para favorecer o ensino de habilidades que possam estar comprometidas. No entanto, a determinação exata da quantidade de horas requeridas deve considerar fatores como a idade da criança, outras terapias que já realiza e sua rotina geral.

Uma diretriz que podemos fornecer é que, no mínimo, são necessárias pelo menos 10 horas de intervenção ABA por semana. No entanto, esse é um valor base, e muitas vezes o aprendiz pode se necessitar de uma intensidade maior.

A escolha do contexto no qual essa intervenção ocorre - seja em casa, em uma clínica ou na escola - também é uma decisão que deve ser tomada em consulta com um Analista do Comportamento. Cada situação é única, e a escolha do ambiente ideal dependerá das necessidades específicas da criança.

Uma pesquisa conduzida por Ivar Lovaas em 1987, que envolveu crianças com TEA e Deficiência Intelectual (DI), mostrou que crianças que receberam 40 horas de intervenção ABA por semana ao longo de dois anos tiveram avanços notavelmente mais significativos em comparação com aquelas que receberam apenas 10 horas. Isso destaca a importância da intensidade da intervenção.

Outro aspecto crucial que merece destaque é o envolvimento ativo dos pais no desenvolvimento dos filhos. Os pais, cuidadores e/ou responsáveis desempenham um papel fundamental no processo de intervenção, já que passam a maior parte do tempo com a criança. Por isso, o treinamento parental é essencial, capacitando os pais a se tornarem co-terapeutas eficazes na jornada do seu filho com TEA.

Em suma, a quantidade adequada de intervenção ABA varia de caso para caso e deve ser determinada por especialistas que acompanham o aprendiz, levando em consideração os fatores individuais. A intensidade da intervenção, juntamente com o comprometimento dos pais e a escolha do contexto adequado, desempenham um papel vital no progresso e no desenvolvimento da criança com TEA. Portanto, a colaboração com profissionais experientes é fundamental para garantir que seu filho receba a intervenção necessária para seu crescimento e bem-estar.

Lybéria Mayara Freitas
Psicóloga - CRP 17/3494
Mestra em Psicologia 
Especialista em Análise do Comportamento Aplicada.